Entenda o que faz um jornalista, como está o mercado de trabalho para esse profissional e conheça impactos da inteligência artificial sobre a área
Há quem diga que o jornalismo está morrendo e que a inteligência artificial vai acabar com essa carreira, mas não é nada disso. Ao contrário, o mercado de trabalho em jornalismo vai indo bem e há oportunidade para todo mundo que tem interesse em passar adiante informação confiável e de qualidade para a sociedade.
“Se você gosta de saber de tudo, se tem interesse em saber como as coisas funcionam, o jornalismo é uma ótima opção, porque é exatamente isso que o jornalista faz. Ele vai atrás da informação. Não à toa, o jornalismo vem da ideia da narrativa do cotidiano”, disse Pedro Curi, coordenador da graduação em Jornalismo da ESPM Rio, no episódio #78 do Primeira Jornada, podcast da ESPM que te prepara para o mercado de trabalho.
Não é de hoje que a sociedade recebe informação por todos os lados – e em excesso. Justamente por isso, e cada vez mais, o papel do jornalista é importante. Porque alguém precisa filtrar a avalanche de informações que caem no nosso colo todos os dias. Essa é a tarefa do jornalismo.
O que faz um jornalista hoje
Acima de tudo, o jornalista é um repórter que produz informação, mas nos tempos atuais ele também é um curador de informação. É alguém que vai selecionar o que é mais interessante para as pessoas saberem. Nessa curadoria, o profissional preza pela qualidade e a veracidade dos fatos, especialmente porque as pessoas recebem muita informação falsa. O jornalista, portanto, faz esse filtro e checa se uma coisa é verdadeira ou não.
Mercado de trabalho do jornalismo
Muitas pessoas acham que o mercado está diminuindo, mas o que está encolhendo são as estruturas mais tradicionais. A sociedade está se comunicando cada vez mais e com o mundo inteiro, e o jornalista é um comunicador.
Esse profissional pode trabalhar em agências de comunicação, de produção de conteúdo e de checagem, mas há um nicho ainda pouco explorado, do jornalismo independente. O jornalista faz a curadoria para produzir conteúdo e informação a respeito de determinado assunto, e acaba se tornando referência em alguma área.
“Hoje a gente fala muito nos influenciadores, mas já saíram pesquisas dizendo que as pessoas estão mais interessadas em curadoria do que produção de conteúdo, porque elas começaram a ver que não dá para confiar 100% na produção de conteúdo do influenciador, ou aquela produção de conteúdo acaba ficando repetitiva”, explicou.
Para suprir essa necessidade, o jornalista entrega o que as pessoas precisam, mas ele precisa de atributos imprescindíveis: ser bem informado, ter técnica, estudo e, acima de tudo, repertório. “Alguém que conhece os assuntos, que lê sobre os assuntos. Para você ser jornalista, eu brinco que é a profissionalização da curiosidade”.
Além dos veículos de imprensa tradicionais, que são os grandes jornais, as grandes redes de televisão e de rádio, há vagas em agências que produzem podcast e conteúdo para internet e muitos profissionais independentes vem contratando jornalistas para a produção de conteúdo para a internet.
Outros campos são as empresas, que precisam se comunicar internamente com seus funcionários, museus, centros culturais, escolas e terceiro setor. Produtoras de audiovisual, agências de eventos, assessorias de imprensa e de comunicação, e agências que trabalham com influenciadores.
A inteligência artificial ameaça o jornalista?
A inteligência artificial não vai acabar com o jornalista, ao contrário, bem utilizada ajuda a otimizar o trabalho. “Imagina você ter uma inteligência artificial que consegue pegar os dados que estão chegando numa redação e atualizar automaticamente uma notícia para o público, enquanto o jornalista não fica com esse trabalho. Ele pode ir mais fundo na história, encontrar as pessoas, aprofundar as conversas. Então eu acho que a inteligência artificial não pode ser vista como um vilão. Ela tem que ser vista como aliada do trabalho”.
Pessoas acostumadas a fazer um trabalho mais mecânico, mais técnico e sem profundidade vão ficar ultrapassadas, isso é fato. Tanto que Curi citou um estudo que atesta que algumas empresas estão preferindo contratar pessoas mais velhas, porque elas têm mais repertório. Faz sentido, já que para escrever um bom prompt é fundamental saber o que falar, e, para isso, o jornalista tem que dominar a língua portuguesa muito bem. Tem que saber a diferença exata entre palavras semelhantes e o que cada palavra significa.
Outro ponto é que a inteligência artificial pode produzir informação com ou sem qualidade e cabe ao jornalista cumprir com o seu papel e fazer uma triagem acurada para levar informação de qualidade para o público. “Pensar na inteligência artificial como aliada nessa liga de informação, e entender o papel do jornalismo nesse contexto, é mostrar que o jornalista, na verdade, nunca foi tão necessário”.
Como é a graduação em Jornalismo da ESPM
O curso não só prepara o profissional para o mercado atual, mas também para o futuro, municiando o estudante com as ferramentas necessárias para ele se destacar e inovar na área que escolher.
Desde o primeiro semestre os alunos tomam contato com disciplinas ligadas a inteligência artificial e jornalismo de dados, por exemplo. Técnicas de reportagem e de redação são exploradas com profundidade nas aulas, já que o jornalismo é uma das profissões que mais exige o domínio da linguagem e da língua portuguesa.
“A gente tem muitas disciplinas práticas em que os estudantes podem escrever sobre o que eles querem. Tem muitas estudantes interessadas em jornalismo esportivo e a gente tem disciplinas voltadas para o jornalismo esportivo”, disse Curi, explicando que a graduação também aborda conteúdos para enriquecer o repertório, como leitura de livros.
Saiba mais sobre a graduação em Jornalismo da ESPM