As oportunidades de trabalho nessa área vêm crescendo e o mercado está de portas abertas para profissionais com formação robusta
O direito também é uma das áreas que acompanhou as transformações ocorridas no mundo nos últimos anos. Tanto é, que o mercado de trabalho nesse segmento tem ofertado muitas oportunidades. Marcelo Crespo, coordenador da graduação em Direito na ESPM, falou sobre a profissão e as possibilidades de atuação no episódio #77 do Primeira Jornada, podcast da ESPM que te prepara para o mercado de trabalho.
O que mudou no Direito nos últimos anos
Grande parte do Direito permanece como era, no sentido de que a sociedade sempre vai precisar de alguém que trabalhe com o direito civil ou penal, como era no passado. A mudança mais significativa é que há cada vez mais leis, regulamentos e especificidades que criam nichos de atuação jurídicos.
Essas necessidades abrem caminho para o surgimento de novos ramos, como direito digital, proteção de dados e compliance, e de novas posições profissionais, além das funções de advogado, juiz ou promotor.
Atualmente, muitas pessoas com formação jurídica não trabalham em um departamento jurídico, mas em departamentos regulatórios que lidam com processos e procedimentos para a obtenção de um determinado licenciamento e a questões relacionadas a processos, auditoras e investigação, entre outros.
Carreiras em Direito
O Direito é uma área versátil. Uma pessoa pode trabalhar como advogada ou optar pela advocacia pública, atuando como procurador da União, de Estado ou município. Para isso, é necessário prestar e passar em um concurso público.
Na advocacia privada, o profissional tem oportunidade empreender e abrir seu próprio escritório, trabalhar no escritório de outra pessoa ou como executivo do departamento jurídico de empresa, startup ou multinacional.
“Várias outras carreiras tangenciam a advocacia. Tem direito digital, direito tributário, direito trabalhista, direito empresarial, direito penal”, explicou Crespo. “Tem as carreiras que hoje em dia dizem respeito, por exemplo, a proteção de dados pessoais, compliance, e, mais recentemente, a gestores de inteligência artificial”.
O que está em alta também são os nichos regulatórios focados em tecnologia, como o direito digital e as regulações que têm tido bastante impacto na vida das pessoas, como a LGPD. A reforma tributária que vem sendo discutida no Brasil é outra área de destaque atualmente, e Crespo explica que as questões sazonais movimentam a área de tempos em tempos. “Existem momentos de alta e de baixa”.
O especialista afirma que o ecossistema jurídico é quase infinito, porque o legislador está sempre acompanhando os movimentos sociais e fazendo alguma coisa. Por isso é importante para o profissional da área saber o que está em alta, acompanhando o que está acontecendo na sociedade – as pessoas estão discutindo fake news, desinformação, reforma tributária, proteção de dados e inteligência artificial, que estão na mira das novas legislações, assim como as apostas esportivas (bets), que agora precisam de regulamentação.
Inteligência artificial no Direito
Tudo que tem relação com a tecnologia está bombando e vai continuar por um bom tempo, em razão dos desenvolvimentos da inteligência artificial. Crespo chama a atenção para o “fantasma” que ronda rodas de conversa, de que a IA vai roubar o emprego de muita gente, mas a realidade é que quem vai roubar emprego é alguém que sabe usar a inteligência artificial muito bem.
“Estamos muito, muito, muito longe de termos uma inteligência artificial que possa substituir um advogado ou um juiz”, afirmou o especialista. “São ferramentas que auxiliam e hoje eu consigo ser mais eficiente usando ferramentas, como as pessoas passaram a usar o editor de texto e o Power Point. As pessoas que passaram a usar o Power Point roubaram o emprego das outras? Não, mas elas começaram a ser mais eficientes até que todo mundo passou a utilizar aquilo, e com a inteligência artificial é a mesma coisa”.
Como o profissional pode se preparar
Soft Skills sempre são importantes em qualquer profissão e em qualquer tipo de trabalho. Na área jurídica isso é importante, especialmente porque o profissional tem que saber negociar e lidar com pensamentos diversos. Afinal, falar sobre legislação é falar sobre interpretações e é importante ter condições de debater com as pessoas.
No que se refere a hard skills, além do conhecimento jurídico, seria desejável que o profissional se inteirasse um pouco mais sobre o funcionamento da tecnologia. Hoje é importante entender como funciona a internet, o que é uma url, um provedor de serviço e de aplicação, um nome de domínio (e o que diferencia um nome de domínio de uma marca) e a segurança da informação.
Como é a graduação em Direito na ESPM
Todos os professores do curso de Direito da ESPM são titulados como doutores ou pós-doutores. “Mas o bom professor não é só quem tem título. O bom professor é quem conhece a causa. Ele precisa conhecer a realidade social para ensinar aquilo para os alunos, para não ter uma desconexão da teoria com a prática, e todos os nossos professores têm essa relação, essa boa intercessão entre a teoria e a prática”.
Outro diferencial é a metodologia. O curso é integral nos três primeiros anos, com aulas de manhã e à tarde, e a grade é a mais robusta de todas as faculdades de Direito do Brasil. Uma das principais linhas do plano didático é a área de Negócios, porque o profissional jurídico da atualidade precisa ter conhecimento para saber como lidar com empresas e como enfrentar os desafios atuais do Direito, que permeiam a economia e as finanças.
Desde o primeiro semestre os estudantes têm aulas de economia, finanças, marketing, análise e visualização de dados, entre outras disciplinas. “Nossa cereja do bolo é a linha do direito digital e do direito da tecnologia. São seis disciplinas específicas obrigatórias na grade”.
Os alunos também têm acesso ao Life Lab, laboratório de soft skills da ESPM, desde o primeiro semestre. Há uma variedade de disciplinas que eles podem escolher para construir uma trilha de aprendizagem conforme preferirem, com matérias como gestão de conflito e negociação, propósito, carreira, felicidade e pensamento computacional, entre várias outras. Tudo para ajudar na formação de habilidades que normalmente não se tem na formação técnica.
Crespo destacou que os alunos podem customizar a grade de aulas no Life Lab e nas eletivas, que são equivalentes a sete disciplinas. Esse número pode crescer para 14 eletivas, caso os estudantes escolham fazer 14 eletivas de dois créditos, em vez de sete de quatro créditos. Na prática, quem estuda Direito pode fazer eletiva em relações internacionais, ciência de dados, administração, comunicação ou jornalismo. Isso dá uma possibilidade agrega diferenciais ao currículo e, o mais importante, à formação pessoal.
Saiba mais sobre a graduação em Direito da ESPM