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Como os hobbies podem contribuir para a escolha profissional

Você já pensou que um hobby pode ser útil na escolha de uma profissão? Orientadora de carreira explica como  

 

Muitos estudantes têm dúvidas sobre como escolher uma profissão e nem se dão conta de que os hobbies são excelente fonte de insights para ajudar nessa decisão. No episódio #69 do Primeira Jornada, podcast que te prepara para o mercado de trabalho, Adriana Gomes, coordenadora nacional de Carreira e Mercado da ESPM, trouxe várias informações sobre como os hobbies podem contribuir com a escolha profissional.

 

Por si só o hobby é uma ótima oportunidade de autoconhecimento, já que pode revelar interesses e habilidades, sinalizar os valores do indivíduo, inspirar a criatividade, expandir horizontes e, consequentemente, auxiliar as pessoas a encontrarem um caminho profissional que traga realização.

 

Mas é importante entender que a afinidade com um hobby não vai necessariamente ser 100% aplicada em uma atividade profissional. Quem gosta de ler ou escrever, por exemplo, pode ir além de um curso de Jornalismo, Marketing ou Publicidade e conhecer áreas como Psicologia, Direito, Editoração e Biblioteconomia. “Quem gosta de ler tem uma gama muito grande de profissões que exigem uma carga bastante grande de leitura e de aprofundamento”, disse Adriana.

 

Pessoas que curtem cozinhar podem transformar o hobby em um trabalho nas áreas de gastronomia, nutrição ou hotelaria. Se o apreço é pelo esporte, pode-se pensar em áreas diretamente ligadas a prática esportiva, como educação física, fisioterapia, treinamento esportivo, ou correlatas, como marketing e jornalismo esportivo. 

 

O que é importante observar?

Existem algumas atividades que podem se aproximar de grandes áreas de atuação, e para fazer uma escolha profissional é importante a pessoa descobrir o que a diverte. Investigar quais temas a atraem mais e quais despertam seu interesse de buscar mais informação e conhecimento aprofundado. Identificar esses aspectos é como abrir um caderno com dicas que a pessoa dá para si própria.

 

A especialista ensina que é interessante conciliar a escolha com coisas que as pessoas fazem com naturalidade. “Eu tenho como mantra: ‘Tire o maior proveito daquilo que você faz com facilidade’, e o hobby é alguma coisa que você pode começar por diversão e que pode transformar as pessoas em profissionais muito bem-sucedidos”. Como exemplo ela cita quem começou a fazer bolo ou doce em casa e acabou tendo sucesso na área de gastronomia.

 

Quando alguém não gosta de uma coisa ainda sobram muitas opções do que fazer. Mas quando se gosta de algo, é mais fácil eliminar o que não gosta. “Sem dúvida, saber o que você não gosta te ajuda, mas se descobrir aquilo que gosta, você está no caminho mais certeiro, do que o contrário”.

 

Um hobby pode se transformar em um fardo? 

Há pessoas que conseguem transformar o hobby em uma atividade profissional bem-sucedida e remunerada, mas há quem sofra quando isso acontece, porque perdem o hobby. Afinal, ele passa a ser uma obrigação e as pessoas não trabalham só quando querem. 

 

Alguém que atua na área de gastronomia tem uma vida pesada, porque trabalha aos sábados, domingos, feriados e festas, então não é exatamente uma diversão. “Quando você cozinha para um grupo de amigos pequenos quando sente vontade é uma coisa. Quando você tem que colocar essa atividade prazerosa dentro de uma rotina contínua e constante, pode não ser tão agradável, e muitas vezes a pessoa perde o hobby”, explicou Adriana. 

 

Portanto, trabalhar com um hobby vai funcionar para algumas pessoas e para outras, não. Tem gente que precisa manter o hobby como hobby para ter um espaço para relaxamento, um momento de prazer e de cuidado com a saúde mental. Por outro lado, há quem veja essa transformação de maneira positiva, porque consegue lidar bem com a demanda, com as exigências e com as novas características que o trabalho traz para esse ambiente.

 

O que mais avaliar na escolha da profissão? 

Pesquisar o mercado é importante, porque as pessoas escolhem o que conhecem e o que está mais próximo do território delas. É difícil optar por algo desconhecido. À medida que amplia a sua percepção de mundo, o indivíduo pode reconhecer oportunidades de carreira e de trabalho que talvez nunca tivesse imaginado.

 

Filmes, viagens, contato com pessoas, ouvir podcasts e TED Talks, por exemplo, podem ser fontes de inspiração para ampliar a visão de mundo e o entendimento do mercado. Conversar com professores, orientadores de carreira e executivos também ajuda no aumento dessa percepção de mundo e pode trazer muitas oportunidades.

 

São tantas possibilidades de uma pessoa desenvolver um trabalho de qualidade, que às vezes só é preciso ter um pouco de curiosidade e iniciativa, e pesquisar. “Eu acho que não existe uma atividade que não tenha valor. Todas as atividades que você possa vir a desenvolver, seja ela mais prazerosa e ligada a hobby, seja alguma que te desafie e te leve para lugares mais difíceis, são valorosas”.

 

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Roberta De Lucca
Jornalista colaboradora do Núcleo de Conteúdo ESPM
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SEED Program

ESPM, em parceria com a Gorom Association (https://gorom.org/en/), está promovendo uma colaboração acadêmica que visa a desenvolver habilidades de empreendedorismo social, liderança e comunicação intercultural, o que permitirá um aprofundamento da compreensão do desenvolvimento de negócios globais a quatro estudantes selecionados para participar do programa, que se iniciou em julho e culminará em uma apresentação de resultados em dezembro de 2023.

O programa deste ano envolve a preocupação com a revitalização da economia local no Japão, país que tem enfrentado o envelhecimento da sociedade e a baixa taxa de natalidade e que, juntamente com outros fatores econômicos, tem imposto muitos desafios para o desenvolvimento dos negócios. Na edição deste ano, os participantes serão divididos em quatro grupos de pesquisa, envolvendo os setores de saquê, vinho, joias e têxteis, para desenvolverem soluções de propostas concretas de negócios.

Para isso, ao longo de cinco meses do programa, os participantes serão capacitados por meio de aulas, debates, realização de pesquisas e orientações, a desenvolverem suas propostas. Essas atividades serão realizadas online, mas, ao final do programa, será realizado o Study Tour ao Japão, que oferecerá uma oportunidade para os alunos levarem as habilidades e conhecimentos que adquiriram e aplicá-los de forma prática.

Serão cerca de 12 dias, em que os estudantes finalizarão as consultas e as pesquisas de campo, conversarão com especialistas, produtores locais e líderes comunitários antes da apresentação de suas conclusões, em um “Pitch Final” aos empresários e outros stakeholders-chave na cidade de Yamanashi, em dezembro de 2023.