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Cinema e Audiovisual: qual será o futuro da área?

Entenda como está o mercado de Cinema e Audiovisual, quais são as oportunidades e os desafios que apresenta 

 

 

Novas tecnologias, possibilidades e desafios: o mercado de Cinema e Audiovisual passa por diversas transformações. Uma coisa, no entanto, não deve mudar, segundo Pedro Curi, Coordenador da Graduação em Cinema e Audiovisual da ESPM-Rio: a curiosidade de conhecer e contar boas histórias.  

 

No episódio 112 do Primeira Jornada, o podcast da ESPM que te ajuda a escolher uma carreira e refletir sobre o seu futuro profissional, o professor fala sobre os desafios e o futuro do audiovisual. Confira: 

 

Cinema e Inteligência Artificial 

Para Curi, apesar de a IA ter um grande impacto sobre os produtores de conteúdo, a área deveria estar focada em produzir menos quantidade e trazer mais qualidade.  

 

“Mais produtos inovadores, diferentes e que façam uso dessas tecnologias”, explicou. “Porque eu também tenho visto muitas coisas bacanas como experimentação. Temos que olhar para essas inovações tecnológicas e pensar em como elas podem ser incorporadas a filmes feitos por humanos.”  

 

O professor cita como exemplo o 3D: “Ele surgiu para levar as pessoas para o cinema, porque a televisão estava roubando espaço. Mas olha que bonito o que foi feito com o 3D, como em Avatar. O Ang Lee fez um uso de 3D lindíssimo em As Aventuras de Pi”. 

 

 

Oportunidades 

“A tecnologia traz uma série de oportunidades para os profissionais de audiovisual”, afirmou Curi. As redes sociais e os streamings abrem novas janelas de oportunidades, precisando de profissionais que produzam conteúdo para essas plataformas.  

 

“A gente tem que se adaptar a esse mercado e entender que ele está em transformação. Muitas vezes, ficamos presos a um mesmo formato de mercado e temos dificuldade de avançar”, pontuou o coordenador.  

 

Ele ressaltou a importância de o profissional de audiovisual da atualidade se adaptar às redes sociais, que impõem mudanças, com equipes menores e formas de trabalho diferentes. “Às vezes, um profissional não pode se especializar em uma única área e tem que atuar em várias frentes”, explicou. “Não sou totalmente a favor disso, mas, ao mesmo tempo, essas plataformas exigem isso tudo.” 

 

O maior desafio de lidar com as redes sociais é o algoritmo, que só entrega o tipo de conteúdo desejado e pode prejudicar o usuário em termos de formação de repertório.  

 

 

Sensibilidade e atualidade 

Curi apontou que, além da tecnologia, a forma como as pessoas estão absorvendo o audiovisual também é importante. “A gente vive hoje em um mundo com um excesso de informação muito grande. Como é que eu ajudo essas pessoas a filtrar o que é bom para elas assistirem, e não o que todo mundo está assistindo?”, questionou. 

 

“Entender esse papel do audiovisual é muito importante para que a gente entenda as mudanças pelas quais a sociedade está passando. Elas são refletidas nessas obras”, disse.  

 

 

Características do profissional de Cinema e Audiovisual 

De acordo com o professor, a primeira característica que um profissional da área deve ter é a curiosidade. Isso envolve tanto entender as tendências quanto buscar outras coisas que as pessoas não estão vendo. “Sair do audiovisual também, ouvir música, ver shows, espetáculos de dança, artes plásticas”, exemplificou. 

 

“Uma das minhas recomendações, nesse mundo com excesso de informação, é a capacidade de não fazer nada, de ficar em silêncio, observar”, comentou. “É só conhecendo o mundo que a gente consegue representá-lo, porque, se fico o tempo inteiro na tela, olhando o que as outras pessoas estão fazendo, eu não consigo trazer nada de novo, né?” 

 

Curi afirmou ainda que é necessário parar de procurar respostas prontas e focar em buscar perguntas. Esta é, segundo ele, a diferença entre o humano e a inteligência artificial: quem faz as boas perguntas, indicações e não espera algo completamente pronto. “Não é só receber no colo e achar que é a verdade absoluta, a gente precisa ter crítica. Repertório e crítica têm que estar na gente, porque sabemos que somos melhores, e não porque precisamos de uma utilidade.” 

 

Ouça o episódio na íntegra: 

 

 

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Foto de Isabela Moreira
Isabela Moreira
Repórter do Núcleo de Conteúdo da ESPM
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