Professores da ESPM analisam as oportunidades e os desafios que a era da IA apresenta
A era da IA chegou: cada vez mais, as empresas estão investindo em ferramentas de inteligência artificial, seja para otimizar tarefas, tomar decisões, reduzir erros ou aumentar a eficiência operacional.
Para entender melhor o impacto da IA no mundo corporativo, conversamos com Giancarlo Alcalai, Professor de Liderança Orientada à Inovação Organizacional na ESPM, e Daniel Romeiro Mendes, Professor de Conceitos e Práticas de Inteligência Artificial na ESPM. Eles estarão no Stand ESPM no CONARH para discutir essas e outras temáticas que estão impulsionado o setor de RH.
Oportunidades
Confira algumas das oportunidades que a IA traz ao mundo do trabalho:
Automação inteligente
A inteligência artificial, assim como outras tecnologias emergentes, tem o potencial de elevar significativamente a produtividade dos colaboradores, uma vez que permite a automatização de tarefas repetitivas.
“Quando bem integradas à cultura organizacional e acompanhadas de uma liderança consciente, essas ferramentas otimizam processos operacionais. Isso libera os profissionais para se dedicarem a atividades estratégicas, criativas e de relacionamento, que são inerentemente humanas e agregam maior valor ao negócio”, explica Alcalai.
Ambientes mais ágeis e conectados
A partir do momento em que existe um equilíbrio entre as funções que podem ser realizadas pelas pessoas e as máquinas, os ambientes de trabalho se tornam mais inteligentes, colaborativos e humanos.
“Eu costumo dizer que a IA veio para voltar a nos humanizar. Para substituir aquele trabalho que às vezes é até chato de se fazer”, pontua Mendes. “Desta forma, nós voltamos a ter tempo para olhar no olho um do outro e conversar. Temos condições de fazer o que a máquina não faz, que é dar e receber afeto.”
Análise de dados
A tecnologia também é considerada um catalisador fundamental para aprimorar a tomada de decisões nas empresas, já que fornece acesso a volumes massivos de dados, que podem ser analisados em um curto período.
“A inteligência artificial possibilita análises preditivas mais assertivas e identificação de padrões que seriam imperceptíveis por métodos tradicionais”, destaca Alcalai. “Esse embasamento minimiza a subjetividade e o risco, impulsionando escolhas que tenham maior probabilidade de sucesso para a organização.”
Para o professor, é importante que as empresas invistam ainda em transparência e explicabilidade dos modelos de IA, para que as decisões tomadas por algoritmos sejam compreendidas e auditáveis.
Capacidade de compreensão da máquina
As ferramentas de inteligência artificial respondem a comandos dados pelos seres humanos. Estes podem ser simples ou elaborados, dependendo do prompt (comando em texto que solicita que a IA generativa execute uma tarefa específica) que a máquina recebe.
“Pela primeira vez na história da tecnologia, o computador passou a falar a nossa língua. Eu não preciso programar para que ele me entenda. Eu posso escrever em linguagem natural, como em português, inglês, espanhol ou o que for, e o computador consegue me compreender”, destaca Mendes.
Desafios
Os especialistas também apontaram alguns dos principais desafios para o uso de IA no aumento da produtividade nas empresas:
Resistência a mudanças
A resistência à mudança por parte dos colaboradores é um dos principais obstáculos a serem superados, sobretudo pelo medo que muitos deles têm de serem substituídos pelas máquinas.
“A primeira coisa que isso gera nas pessoas é medo de perder o trabalho. Então, como que você mitiga isso? Fazendo-as usarem a IA para se tornarem mais eficientes, como um copiloto”, afirma Mendes. “Além disso, é preciso mostrar com ética e transparência quais são os planos da empresa. O que se pretende fazer de verdade ao usar a IA.”
Necessidade de capacitação
De acordo com Alcalai, ainda há um caminho de preparação a ser percorrido pelos profissionais para que possam lidar plenamente com as novas tecnologias.
“As empresas têm papel fundamental como educadoras, investindo não apenas em treinamentos técnicos, mas na formação contínua e estratégica de suas equipes para desenvolver competências digitais, pensamento crítico e adaptabilidade”, reforça o especialista. “Isso é essencial para garantir o uso eficiente e impulsionar a transformação organizacional.”
Segurança e privacidade dos dados
Ao implementar e utilizar a Inteligência Artificial, as empresas devem priorizar a segurança e a privacidade dos dados, garantindo que estejam em conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais). Assim, elas podem proteger tanto as informações confidenciais de seus clientes como as suas próprias.
“Os dados podem ser usados para treinar o modelo de IA. Mas também podem ser vazados na internet e isso é um risco”, ressalta Mendes. Para ele, uma das soluções para evitar esse tipo de problema é a contratação de uma IA privada: “É como se fosse uma VPN, como se tivesse um sistema só seu”.
Veracidade das informações
É sempre importante validar as informações que são geradas pelas ferramentas de Inteligência Artificial. “Confie na IA, mas também desconfie. Temos que ter muito cuidado e verificar se a resposta que ela trouxe é mesmo verdadeira. Uma dica é perguntar de onde ela tirou aquela informação: qual foi o site, o livro etc.”, conclui Mendes.
Quer se aprofundar nesse tema?
Visite o Stand ESPM no CONARH e participe de nossa sala Hyflex para acompanhar conteúdos sobre os temas mais atuais e estratégicos do setor de RH. Vamos discutir os pilares que estão impulsionando a evolução da área.
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