Adriana Gomes, Coordenadora Nacional de Carreira e Mercado na ESPM, explica como aproveitar as oportunidades para construir uma vida profissional sólida
Estudar, se formar, trabalhar, se aposentar. De maneira simplificada, essas costumam ser as etapas de uma vida profissional. No episódio 100 do Primeira Jornada, o podcast da ESPM que te prepara para o mercado de trabalho, Adriana Gomes, Coordenadora Nacional da área de Carreira e Mercado da ESPM, falou da importância dessas etapas e deu dicas de como se preparar para cada uma.
Principais etapas
Da entrada no mercado de trabalho à aposentadoria, a jornada profissional é repleta de grandes desafios. Entre os principais, estão:
Primeiro emprego
“O primeiro emprego é sempre desafiador”, disse Gomes. “Eu costumo dizer que essa experiência tem um impacto muito grande ao longo da vida. Muitas vezes, a pessoa começa em uma determinada área e por isso, estabelece a sua trajetória ali.”
Segundo a especialista, quando um profissional tem a oportunidade de trabalhar em empresas de diferentes segmentos, ganha experiências diversificadas que se tornam valiosas e contribuem para o desenvolvimento de qualificações.
A bagagem adquirida, junto com boas formações, é o que vai diferenciá-lo. “Às vezes a pessoa está investindo tanto na sua formação técnica, que vai adiando o ingresso no mercado de trabalho e se distanciando da experiência”, explicou ela.
“As empresas também buscam profissionais que tenham experiência, mesmo que a qualificação não seja tão forte, porque já possuem vivência prática.”
Demissão
Esse momento delicado pode ser o estopim para o início de crises relacionadas à gestão da carreira. Nessa hora, o profissional revisita a sua jornada e começa a se indagar se as coisas realmente estão fazendo sentido.
“A crise e o sentimento de se sentir estagnado são momentos impactantes que nem sempre vêm simultaneamente.” Porém, quando elas acontecem, podem impulsionar mudanças mais drásticas, como a transição de carreira.
Aposentadoria
Para chegar bem-preparado nessa fase, que marca o encerramento da trajetória profissional, é fundamental criar um planejamento financeiro e construir uma reserva para ter tranquilidade no futuro.
“A partir do primeiro emprego é bom já ter essa consciência. Começar desde cedo vai te ajudar a desenvolver hábitos financeiros mais saudáveis e você vai aprender a poupar e investir dinheiro, qualidades que vão te acompanhar para o resto da vida”, apontou.
Como se adaptar as mudanças
Com os altos e baixos do mercado de trabalho, sempre surge a dúvida: como se adaptar e se manter relevante ao longo da vida profissional? Para Gomes, a resposta depende de uma soma de fatores:
Lifelong Learning
O primeiro deles é o aprendizado contínuo, o Lifelong Learning. Além de sempre buscar novos conhecimentos, é essencial que o profissional se mantenha atualizado com as tecnologias mais recentes da sua área, incluindo as famosas ferramentas de inteligência artificial.
Habilidades comportamentais
Tão importantes quanto às competências técnicas, as habilidades comportamentais merecem atenção. Comunicação, trabalho em equipe, liderança, solução de problemas e pensamento crítico são características cada vez mais exigidas pelo mercado.
“As competências técnicas são altamente relevantes, mas as comportamentais, ainda mais pensando nesse cenário de tecnologia, serão muito importantes.”
De acordo com Gomes, trabalhar a criatividade, adaptabilidade e flexibilidade também é muito importante. Estes valores são essenciais para se manter vivo em um mercado que está em constante transformação.
“O mercado muda. Então, se você ficar muito rígido como ‘não quero isso’, ‘não faço aquilo’ ou ‘não conheço’, vai dificultar essa perenidade”, afirmou. “É preciso ser capaz de lidar com as mudanças inesperadas e ter facilidade para se adaptar aos novos cenários.”
Networking
Outra atitude que pode fazer a diferença é criar uma rede de contatos sólida e ativa. Para cultivar e ampliar esses relacionamentos, uma boa dica é participar de eventos ou utilizar plataformas online de networking.
“Mantenha contato com os antigos colegas, construa relacionamentos, cultive. Quando falo em cultivar, estou me referindo a um processo longínquo e duradouro. Porque se você é esquecido, deixa de ser relevante”, aconselhou a especialista.
Na visão dela, as pessoas não estão mais genuinamente interessadas umas pelas outras. “Eu acho que falta um pouco disso. Vivemos em um ‘egosistema’, onde as pessoas olham só para si, para os seus objetivos e esquecem do coletivo, de que maneira podem contribuir com os outros.”
Como construir uma boa trajetória profissional?
Para Gomes, ter autoconhecimento e saber se planejar são qualidades que podem favorecer as decisões da sua carreira: “É importante descobrir quais são os seus talentos para fazer escolhas que sejam mais aderentes”.
Outro fator que pode contribuir para a estabilidade da jornada é o estabelecimento de metas claras. “Quando você tem os seus objetivos de curto, médio e longo prazo traçados, isso te ajuda a manter o foco e a se auto motivar”, pontuou. “E quando atingimos essas metas, temos aquele sentimento de autorrealização, de que estamos chegando aonde queremos chegar.”
Mesmo que erros ocorram durante todo esse processo, o importante é aprender com eles. “Falhar é humano, persistir no erro é que é o problema. Eu penso que errar talvez seja o método mais eficiente de aprendizagem. É dolorido, mas também é excelente.”
A dica final da especialista é: nunca desista. “Não permita que o fracasso te desmotive. Mantenha seus objetivos em mente, volte e refaça seus planos. Não desista na primeira vez, porque a sensação de superar um erro e aprender com ele é prazerosa”, finalizou.