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Como a visão de curto prazo pode afetar empresas e colaboradores

Giancarlo Alcalai, Professor do MBA em Marketing na ESPM e Partner da Boyden Global, discute os impactos que a visão de curto prazo de lideranças pode ter na longevidade do negócio

 

A busca por resultados imediatos pode ser tentadora para líderes e empresas, mas quando a visão de curto prazo se torna o único foco, ela alimenta o ego em detrimento do crescimento sustentável.

 

Líderes que priorizam ganhos rápidos muitas vezes tomam decisões impulsivas, ignoram o bem-estar dos colaboradores e sacrificam a inovação, comprometendo a longevidade do negócio.

 

Efeitos nas empresas e colaboradores

Quando o ego domina a liderança, decisões passam a ser guiadas por vaidade, não por estratégia. Empresas adotam práticas insustentáveis, como cortes excessivos em pesquisa e desenvolvimento, sobrecarga de trabalho para cumprir metas irreais ou investimentos em projetos de imagem em detrimento de inovações sólidas. A médio prazo, isso resulta em perda de competitividade, crise de reputação e, em casos extremos, falência.

 

Para os colaboradores, o ambiente torna-se tóxico. Pressão por resultados imediatos leva a burnout, rotatividade alta e desengajamento. Funcionários deixam de enxergar propósito em seu trabalho, já que a liderança prioriza números sobre pessoas.

 

A falta de investimento em desenvolvimento profissional e a cultura do medo (onde críticas são suprimidas) ampliam a insatisfação.

 

Como líderes podem evitar o ego

Para romper esse ciclo, líderes devem adotar uma visão de longo prazo e estabelecer metas sustentáveis, alinhadas a valores como inovação responsável e responsabilidade social.  Entre essas práticas, a recomendação é:

 

  • Praticar humildade: reconhecer erros, ouvir feedback diversificado e valorizar contribuições coletivas;

 

  • Fomentar transparência: criar canais abertos de comunicação, onde colaboradores se sintam seguros para questionar decisões;

 

  • Incentivar a colaboração: substituir hierarquias rígidas por modelos que valorizem expertise multidisciplinar;

 

  • Mecanismos de controle: conselhos independentes e métricas de desempenho que avaliem impacto social e ambiental, além de financeiro, da empresa.

 

Líderes que foram vítimas do próprio ego

Vários líderes empresariais caíram na armadilha da busca excessiva por status e resultados de curto prazo, prejudicando suas empresas. Alguns exemplos incluem:

 

  • Elizabeth Holmes (Theranos)

Movida pela obsessão de se tornar a “próxima Steve Jobs”, priorizou aparência e marketing em vez de entregar uma tecnologia funcional, resultando no colapso da empresa.

 

  • Adam Neumann (WeWork)

Seu ego inflado levou a decisões extravagantes, como investimentos arriscados e um modelo de negócios insustentável, culminando na perda de controle da empresa.

 

  • Travis Kalanick (Uber)

Apesar do sucesso inicial, sua liderança autoritária e decisões impulsivas levaram a crises internas, escândalos e sua saída da companhia.

 

Convite à reflexão

Uma liderança guiada pelo ego e pela visão de curto prazo pode trazer ganhos momentâneos, mas frequentemente destrói reputações e empresas. Líderes que desejam deixar um legado devem adotar um pensamento estratégico, focado na inovação, no impacto social e no crescimento sustentável.

 

No fim, os verdadeiros visionários não são aqueles que buscam apenas reconhecimento pessoal, mas aqueles que constroem negócios que prosperam além de sua própria presença.

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Foto de Giancarlo Alcalai
Giancarlo Alcalai
Giancarlo Alcalai é Partner da Boyden Global Executive Search, lidera as práticas de Produtos de Consumo, Saúde, Aviação, Educação e Conselhos de Administração. Possui uma carreira internacional ocupando cargos de alto nível em conceituadas instituições, como GOL Airlines, Electrolux, Bayer, Pernod Ricard, Unilever, Ambev e Coca Cola. É Conselheiro de Administração e Consultivo em empresas no Brasil, EUA e Bolívia e professor do MBA Executivo em Marketing da ESPM.
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