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Matriz de risco: o que é e como fazer

Especialista explica como é a ferramenta de avaliação de risco e porque é importante

 

Ferramenta útil e imprescindível, a matriz de risco é utilizada pelas empresas para medir riscos e seus impactos no negócio. Afinal, todo negócio está sujeito a riscos de alguma natureza. Pode ser um problema de fornecimento de matéria-prima, uma crise com os colaboradores, problemas de atendimento ao cliente ou um produto com defeito. Sempre há um risco inerente à operação, da mesma maneira que quando se empreende, os riscos também devem ser avaliados.

 

A matriz é uma tabela em que se aponta a probabilidade de algo acontecer e seus níveis de impacto (veja a imagem abaixo). Essa ferramenta funciona como um norte para as empresas se precaverem contra imprevistos e implantarem projetos e/ou ações.

 

Matriz de risco

 

“Ninguém, em 2019, imaginou que nós iríamos passar o que passamos, especialmente no ano de 2020. Mas tínhamos empresas que responderam muito mais rápido, que foram para o digital, que se adaptaram”, recorda Artur Vasconcellos, coordenador de Pós-Graduação e Educação Continuada da ESPM em Porto Alegre. “A matriz de risco é para isso, para antecipar uma probabilidade de cenário desfavorável e eu já me preparar. Se eu estiver preparado eu saio na frente de quem não está”.

 

Como fazer a matriz de risco

Toda matriz tem uma coluna de impacto e outra de probabilidade, e a empresa coloca nessa tabela todos os riscos a que está sujeita e o grau de probabilidade de impactos na operação.

 

Para exemplificar, o professor cita a possibilidade de a reforma tributária brasileira ser aprovada sem alterações, o que, dependendo do tipo de negócio, pode ser muito ruim para a empresa e trazer desvantagens para o negócio. “Então a gente vai avaliar qual a probabilidade dessa reforma tributária ser aprovada e dar uma nota. Qual o impacto que isso vai trazer para o negócio? Se for aprovado do jeito que está é risco elevado ou extremo”.

 

Nesse caso, o risco extremo é sinalizado em vermelho na matriz e necessita de prioridade. A empresa precisa criar ações para lidar com isso, medindo o impacto da ameaça.

 

Como qualificar e quantificar probabilidade e impacto

A definição do impacto e sua grandeza se baseia em análises qualitativas e quantitativas provenientes de fontes que fornecem dados e fatos confiáveis para a tomada de decisão. Seguindo o exemplo da aprovação da reforma tributária, seu impacto é binário, porque é importante analisar a proposta da reforma e entender o que ela vai trazer de positivo ou negativo. Por outro lado, a probabilidade de ela ser aprovada do jeito que está é qualitativa.

 

Isso vai ser mensurado a partir da leitura de reportagens, de artigos e comentários de cientistas políticos, da observação de movimentos políticos e de consultas a especialistas do setor. Então, tanto a matriz ajuda a avaliar o impacto da reforma na empresa, quanto a probabilidade de ela ser aprovada em sua versão original.

 

Como mensurar os riscos

Não existe uma fórmula padrão para determinar o grau de risco e probabilidade. Na avaliação, pode entrar todo tipo de variáveis. Eleições, questões legais, cenário geopolítico, leis em tramitação e tecnologia, entre outros. O importante é contar com bons dados e com o pensamento qualitativo de quem a faz, que pode ser um grupo multidisciplinar.

 

“Quando eu trago uma questão mais qualitativa na análise, o perfil do planejador é importante. Porque se eu boto Zezinho, Roberto ou Mariazinha, efetivamente eles vão trazer seus conhecimentos, sua visão de mundo e sua consciência”, explica Vasconcellos. Em contrapartida, há casos em que algumas análises são bem quantitativas e não há muito o que discutir, como o crescimento do PIB.

 

Quando o grupo chega ao consenso dos riscos e probabilidades, ele cria uma régua de valores para poder classificar com nomenclaturas como: sem impacto, leve, moderado, grave e gravíssimo, por exemplo. O especialista explica que muitos profissionais adotam a Escala Likert, um método de medição de cinco elementos, para criar sua matriz de risco. Mas isso não é regra.

 

Como usar a matriz de risco

As empresas fazem planejamento de médio e longo prazo usando ferramentas como análise SWOT e matriz de risco. Os projetos e ações são definidos na análise SWOT e os riscos são medidos na matriz.

 

A matriz de risco pode ser utilizada de duas maneiras:

 

  1. Ainda na construção da análise SWOT, para definir ações de maior ou menor impacto (as ameaças, segundo a lógica da matriz SWOT).
  2. Ou para priorizar os projetos que serão implementados a partir do plano de ação definido na análise SWOT.

 

Como priorizar ações

Se a corporação definiu 20 projetos ou ações para os próximos anos, mas não vai conseguir executar todos, seja por questões de orçamento, cronograma ou recursos, é necessário priorizar os projetos mais importantes e os que podem ficar para etapas posteriores.

 

Para definir o que é mais urgente, em vez de pensar em probabilidade, se pensa em facilidade de execução. “É fácil de executar, ou mais complexo? Vai exigir muito dinheiro e muito recurso? O que vou priorizar? Vou priorizar as ações que ficam no verde (na ilustração da matriz, acima), que são de baixa complexidade e de alto impacto”.

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Roberta De Lucca
Jornalista colaboradora do Núcleo de Conteúdo ESPM
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SEED Program

ESPM, em parceria com a Gorom Association (https://gorom.org/en/), está promovendo uma colaboração acadêmica que visa a desenvolver habilidades de empreendedorismo social, liderança e comunicação intercultural, o que permitirá um aprofundamento da compreensão do desenvolvimento de negócios globais a quatro estudantes selecionados para participar do programa, que se iniciou em julho e culminará em uma apresentação de resultados em dezembro de 2023.

O programa deste ano envolve a preocupação com a revitalização da economia local no Japão, país que tem enfrentado o envelhecimento da sociedade e a baixa taxa de natalidade e que, juntamente com outros fatores econômicos, tem imposto muitos desafios para o desenvolvimento dos negócios. Na edição deste ano, os participantes serão divididos em quatro grupos de pesquisa, envolvendo os setores de saquê, vinho, joias e têxteis, para desenvolverem soluções de propostas concretas de negócios.

Para isso, ao longo de cinco meses do programa, os participantes serão capacitados por meio de aulas, debates, realização de pesquisas e orientações, a desenvolverem suas propostas. Essas atividades serão realizadas online, mas, ao final do programa, será realizado o Study Tour ao Japão, que oferecerá uma oportunidade para os alunos levarem as habilidades e conhecimentos que adquiriram e aplicá-los de forma prática.

Serão cerca de 12 dias, em que os estudantes finalizarão as consultas e as pesquisas de campo, conversarão com especialistas, produtores locais e líderes comunitários antes da apresentação de suas conclusões, em um “Pitch Final” aos empresários e outros stakeholders-chave na cidade de Yamanashi, em dezembro de 2023.